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SindJor? Indispensável!

Mário Rocha

Quando escrevo ainda não sei se quem venceu na primeira eleição com duas chapas no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul de que tenho memória. E olha que sou sindicalizado desde os tempos de estudante e isto significa o início dos anos 1970.

A memória não ajuda? A bem da precisão informativa, eu deveria pesquisar nos arquivos do próprio Sindjors ou conversando com os ex-presidentes Lucídio Castelo Branco, José Nunes, João Souza, José Carlos Torves, Vera Spolidoro, Celso Schroeder, Jorge Correa e Antonio Oliveira. Talvez até ouvindo o candidato da oposição, Luiz Armando Vaz, ou o candidato à reeleição, Milton Simas.

Não o faço porque entendo que o dado, embora interessante, é acessório, portanto dispensável, se o objetivo maior deste artigo é ressaltar o quanto é salutar para o nosso Sindicato haver confronto público de ideias expostas em plataformas eleitorais. Foi o que aconteceu em 16 de julho, sábado, no Salão Nobre Hipólito José da Costa, da Associação Riograndense de Imprensa, entidade da qual também sou sócio desde aquela década mencionada no primeiro parágrafo.

Toda a possível pauta da reunião mensal do Conselho Deliberativo da ARI, presidido por Ercy Torma, foi transformada em edição do Coletiva Debates mediada pelo presidente da Diretoria Executiva, Batista Filho. A organização do evento foi da Coletiva.net sob a responsabilidade do diretor José Antonio Vieira da Cunha, também vice-presidente do CD da ARI.

Houve momentos de tensão no debate na ARI? Houve. É bom que tenham surgido, pois a exposição de divergências reforça o caráter democrático que toda eleição carrega. Como professor universitário de Jornalismo (Fabico/UFRGS) desde 1984, deixei a ARI satisfeito com dois consensos essenciais entre oposição e situação no Sindjors: a importância da formação superior para o exercício da profissão e a necessidade de agregar os estudantes por meio da pré-sindicalização. Valeu Simas, valeu Vaz!

O título encarapitado no alto deste texto permite interpretar que eu acredite que existam sindicatos dispensáveis? Respondo com um categórico não. Sindicalismo é sinônimo de vigilância e luta permanentes. A imagem síntese da construção coletiva de uma categoria profissional que preservo, emocionado, é a dos teares parando em indústria têxtil do Alabama enquanto a personagem Norma Rae (Sally Field ganhou Oscar de Melhor Atriz em 1980) vai virando para todas as trabalhadoras o cartaz com uma só palavra: Union.

 

Operando juntos, os teares faziam grande barulho; todos parados, criaram um silencio ensurdecedor.

Jornalista, Professor de Jornalismo na Fabico (UFRGS) e Diretor do Depto. de Política Ambiental da ARI
Fonte: Redação Coletiva.net (19/07/16)

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