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Ditadura trouxe a mediocridade

na política: debate sobre 1964

 

 

 

A ARI recebeu neste sábado ( 26/9) os painelistas Flávio Tavares (jornalista) e Jair Krischke (Movimento de Justiça e Direitos Humanos) para um debate, coordenado pelo jornalista Elmar Bones, sobre as consequências da ditadura militar para a sociedade brasileira. O evento que aconteceu neste sábado, na Associação Riograndense de Imprensa - ARI integrou mais uma comemoração dos 80 anos da entidade. Quando uma parcela da sociedade cita a volta dos militares ao cenário político, o jornalista Elmar Bones sugeriu a reunião de testemunhas deste período da vida nacional para narrar suas vivências aos estudantes de jornalismo que lotaram o salão da ARI,

 

Flávio Tavares, ao abrir o encontro, salientou que o país vive um momento difícil, sem ideologia e lideranças. "Os partidos são iguais, o messianismo é uma deformação. Nem Cristo se disse messias”, exclamou. Depois narrou fatos do golpe de 1964, contados em seu livro. Flávio também fez críticas ao cenário político e à "simulação" que tomou conta do Brasil. "Hoje há simulação de tudo, inclusive de atentar contra a democaracia, simulando que isto é democrático".

 

Krischke falou que os partidos estão entregues aos marqueteiros, como qualquer produto. "Vivemos a política da mediocridade. Os cargos públicos privilegiam as composições, em detrimento da qualificação profissional". Destacou também que, segundo o IBGE, 70% da população brasileira não era nascida em 1964. "Quando falam da volta da ditadura, eles não sabem o que estão dizendo", disse o ativista dos Direitos Humanos. Krischke também criticou a Comissão da Verdade por apresentar um relatório pífio em suas conclusões".

 

O ex-deputado Carlos Araújo, que também foi anunciado, não pode participar do painel por problemas particulares. Estes homens, reunidos por Elmar Bones, foram protagonistas no combate à implantação do regime militar e da ditadura imposta ao país de 1964 a 1985. Seus testemunhos estão na coletânea Kit Anti-Ditadura lançado pela Já Editores, em três volumes do jornal Já.

 

A ARI e sua diretoria homenageiou os palestrantes no programa Conversa de Jornalista da Rádio da Ufrgs. Todos eles, cada um a seu modo, lutaram pela volta à democracia e merecem o nosso aplauso e respeito pela trajetória pessoal e profissional, pois colocaram em risco a própria vida e ainda hoje lutam o bom combate pela liberdade de expressão e contra todo o tipo de opressão.

Tavares, Krischke, Romero, Glei e Batista debateram no programa Conversa de Jornalista os temas do debate 1964, promovido pela Já Editores.

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